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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Perdoa-lhes...Será que não sabem o que fazem?



Lucas 22.32 – Mas eu orei por você para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos.
Lucas 23.34 – Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.

Tenho me debruçado durante esses meus anos de fé e percebido o quanto temos estado longe do verdadeiro evangelho. Estive envolvido com a obra de Deus desde a infância. Sou do tempo em que calça era roupa de homem e de que Deus guardava numa caixinha de ouro os fios retirados das sobrancelhas das crentes. Sofri preconceitos das mais diferentes formas. Primeiro por ser de uma igreja batista. Depois por ser tocador, como costumavam nos chamar. Agora, sofremos o preconceito de ser pastor. A sociedade evangélica nos olha como inerráveis, perfeitos, supercrentes. Somos alvo de acusações pelo nosso modo de vestir, pelo tipo de música que gostamos de escutar, pelo tipo de programação que fazemos com a nossa família. Temos que dar satisfação da nossa vida para todo mundo. Realmente, não somos livres.
Contudo, o evangelho que vejo Jesus pregar é um evangelho diferente. O modo de Jesus agir é diferente. Mas preferimos ser discípulos dos pregadores televisivos exploradores da fé do que entender o que a Bíblia quer dizer. Engolimos o que nos é pregado, pois não lemos a Palavra. Não estudamos, não verificamos as Escrituras, vivendo um evangelho capenga e cheio de rótulos extra-bíblicos. Jesus morreu, mas não ressuscitou ainda pra muita gente. Matamos Jesus, diariamente, quando não agimos como cristãos.
Tudo bem, estamos distantes dos pais da igreja. Logo, há uma tendência natural onde o tempo desgasta, destrói as células primitivas, provoca mudanças na estrutura original. É o envelhecimento da mensagem. É a quase morte do evangelho. Preferimos nos preocupar com o exterior do que com a essência. Haja botox, cirurgias plásticas nas pregações. Promessas de enriquecimento rápido e cura instantânea. A religião muda, os preceitos mudam, as ideias mudam. O que fazer então? Trancar Jesus dentro de um túmulo e seguir os nossos rituais sem a presença Dele? Impedir que a pedra role, colocar guardas nas portas, pois é melhor seguir os paradigmas religiosos do que seguir o Mestre? Eu respondo. Não! Vamos ouvir o que o Cristo nos ensina.

1. Eu orei por você. Aproximava-se o momento onde Pedro cometeria a maior falha registrada nas Escrituras. Pedro negaria Jesus e nem sabia ainda que isso ia acontecer, pois se achava melhor que os outros discípulos. É preciso orar. Eu orei por você! Não importa o que você fez ou o que ainda vai fazer, Jesus se preocupa com você. Ele intercede por nós. O Espírito Santo chora o nosso choro, recolhe nossas lágrimas, junta os cacos e nos ajuda a recomeçar. Os olhos do Senhor estão sobre nós. Ele contempla nossas atitudes e sabe do nosso coração. Geralmente, oramos por nós mesmos. Pela nossa saúde, pelos nossos bens materiais, pelo nosso coração. Oremos uns pelos outros.

2. Havia um motivo pelo qual orar. Para que a fé não desfaleça. Pedro passaria por um inferno interior. Um remorso sem tamanho invadiria o coração de Pedro. A dor de negar o Mestre, no momento em que Jesus mais precisaria Dele. Uma aflição imensa, que pode derrubar os mais fortes guerreiros no campo de batalha. A traição, não menor que a de Judas. Virar as costas para Jesus. Culpa. Vergonha. Jesus sabia que tudo isso aconteceria. E sabia que a fé estaria propensa ao desfalecimento. Deus não quer te ver desfalecido, morto. Jesus está vivo. Ele ressuscitou para que você pudesse ressuscitar.

3. Será que nos convertemos? Somos convertidos? Conversão indica mudança. Se continuamos com o mesmo temperamento de antes, não nos convertemos. Se continuarmos pensando como antes, não nos convertemos. Precisamos nos converter. Sair da religiosidade farisaica e viver o verdadeiro cristianismo. Não é deixar o catolicismo e virar evangélico. É deixar de ser egoísta e amar uns aos outros. Pedro se achava convertido. Ah! Temos muito o que converter. Deixamos a idolatria em gesso para idolatrar objetos em carne e osso. Isso não é conversão. Converter-se é sentir a dor do outro e não só a que aperta o nosso sapato. É abandonar as velhas práticas mesquinhas e ver que os campos estão brancos para a ceifa. De que adianta uma bíblia na mão se ela está longe do coração e principalmente da sua razão? Pedro foi quebrado. Teve que ser convertido em negador para reconhecer que era pecador e que Jesus era o seu Salvador.

4. Fortaleça os seus irmãos. Para ficar mais forte é necessário ferir os músculos. Para crescer, é preciso quebrar os ossos. Muitas vezes, são as pancadas que nos fortalecem. Igreja é preparação para a vida. É a escola dos desafios. Se permanecermos juntos, suportaremos os ferimentos e venceremos. Os 300 de Esparta venceram batalhas contra milhares de inimigos através da Unidade. Podem se levantar todas as barreiras e obstáculos. Se estivermos juntos, não cairemos. Fiquem firmes.

5. Eles não sabem o que fazem. Perdoa-lhes. Erramos por fraqueza. Às vezes, por inocência. Hoje sabemos o que fazer. Contudo, Ele apaga nosso passado e escreve uma nova história. Que sigamos esse que é o verdadeiro evangelho. Amar. Amor. Amem-se.

Só pela graça,

João Victor