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segunda-feira, 21 de abril de 2014

AINDA MAIS UM ANO

‘Senhor, deixa-a ainda por mais um ano, e eu cuidarei dela, cavando ao seu redor e a adubando.

         Vamos nos colocar como a árvore dessa história. Os anos se passam, a cada dia mais rápido, mesmo que a quantidade de horas e minutos sejam as mesmas. Nosso tempo é escasso. Alguns por causa dos afazeres domésticos, trabalho, compromissos profissionais. Outros, por gastarem seu tempo mais com gadjets, celulares, redes sociais do que com relacionamentos.
         Baseado nessa constatação, queria me enxergar como essa árvore. Ela ia ser cortada, mas houve um pedido que salta aos olhos. “Deixa-a ainda por mais um ano”. Por que ainda estamos de pé? Pra que esse prazo? Por que não somos logo cortados? Onde estão nossos frutos?
         A princípio é importante saber que OS OUTROS ANOS NÃO FORAM COMO O ESPERADO. O vinicultor procurou frutos por três anos e não achou. Não era a primeira vez que o dono da vinha procurava frutos na figueira. Interessante perceber que como humanos não temos estações próprias para frutificar. O que fazemos então? Estabelecemos nossos prazos, principalmente nas viradas de ano. Quantas vezes Deus chega diante de nós e nos depara secos? Quantos anos passamos sendo alvo das suas misericórdias? Quantas vezes nos achou mais interessados em nossa própria vida, em apenas subsistir, sem de maneira alguma produzir fruto algum? Não foi o primeiro ano da descoberta de que somos infrutíferos. Quantas promessas feitas? Cumprimos nossas metas? Cumprimos nossos projetos? Que o Senhor nos conceda que a tribulação futura nos livre de mais palha que qualquer doutro desses anos anteriores, e deixe o trigo mais limpo e em melhores condições.
         Sabemos que HÁ UMA GRANDE MISERICÓRDIA SOBRE AS NOSSAS VIDAS. Se estamos ainda aqui, depois de passar por desertos, depois de ocupar a terra inutilmente, é pela infinita misericórdia do Senhor. Expressões como "um vaso ruim não quebra" são verificadas a cada dia como a mais pura realidade. Deus nos concede novas oportunidades. Por que continuam vivos? Por que ainda estão de pé? Porque há um propósito de Deus.
          Entretanto, HÁ UM LIMITE ESTABELECIDO. Ele se preocupa. Vai cavar, vai adubar, vai preparar a terra. Jogar água, cuidar. Contudo, se não houver melhoras, a árvore deverá cair ao chão. São apresentadas duas opções: a enxada ou o machado. O uso da enxada é doloroso. O adubo deve ser lançado no solo. Coisas ruins podem acontecer. Seremos cavados. Há obstáculos profundos que devem ser removidos. A verdade é que muitos não queremos passar por esses tratamentos. Queremos frutos sem sacrifícios. Seria tão mais fácil, não é? Porém, não é assim. O tempo está acabando.
          Ainda mais um ano. Como será esse novo ano? O problema algumas vezes pode não estar em nós, mas no que está ao nosso redor. Por isso, precisamos da enxada. Contudo, é importante frisar. A hora da decisão é urgente. Não se pode mais esperar. Ainda por mais um ano? Vou esperar terminar 2014? A mudança começa hoje. Não porque é fim do ano, mas porque, um dia, os teus anos infrutíferos precisam acabar. Ou serás vítima da lâmina do machado?

Só pela graça,

João Victor
Pastor da Igreja Batista Contemplar