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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Semana dos 34 #1


Quantas reflexões podem ser feitas às vésperas de um aniversário. Repensar decisões tomadas ou não? Olhar para trás ou pra frente?
Lembro dos meus primeiros 10 anos com muita saudade. O Ursinho Pimpão me embalava antes de dormir, juntamente com as músicas de Gigliola Cinqueti que minha mãe cantava. Ouvi-la cantar certamente aguçou meu prazer pela música. Falei cedo demais. Conheci as letras cedo demais. Não gostava dos primeiros dias do colégio, o que não é de se estranhar. Meus pais dizem que "pulei" o Jardim II por já saber ler e escrever aos 3 anos de idade. Esse fato me fez estar sempre um ano na frente dos meus colegas em todas as turmas de toda a minha vida colegial. Eu reclamava do "B com A = BA" das professoras. Aulas chatas e desnecessárias. Imaginem o quanto esse menino ficou metido. Lembro de um episódio nas festas juninas onde um tal de Agripino "roubou" meu título de noivo mais bonito da quadrilha. Foi terrível! Sempre queria ser o primeiro. Sempre quis ser o melhor.
Contudo, eu brincava sozinho. Precisava de um irmãozinho. Veio o Jorge. É incrível como ele sempre me completou. O abraço dele era tão aconchegante.
Educandário Felipe dos Santos formou meu caráter. Perdi a timidez, se é que um dia a tive, ao ser escalado sempre para cantar o Hino Nacional em cima de uma mesa diante de todo o colégio. Aos 5 anos de idade não errar a letra era um fato incrível (vide Vanusa). A criança prodígio ia se destacando. Olimpíadas de Matemática eram conquistas comuns. Medalhas de Honra ao Mérito se tornaram de praxe. Sempre o mais novo da sala. Sempre o exemplo a ser seguido. A responsabilidade aumentava. E pesava sobre os ombros.
Lembro do dente quebrado jogando futebol de tampinhas de refrigerante na quadra. Que jogada do destino. A fratura do incisivo central me acompanhou até a faculdade de Odontologia. Quem diria?
Queria ser motorista de ônibus, só para fazer curvas nos viadutos da vida. Quis ser jogador de futebol do Vasco da Gama, ser um Bebeto. Aquele time Cruzmaltino de 1989 foi inesquecível. O gol do Sorato no Morumbi ainda está como flash na memória. E o gol do Romário contra o Uruguai na Copa América de 89? Vibrei em cima dos ombros do meu paizão, vendo o jogo na Colônia de Férias do SESC. As conquistas do Senna, nas madrugadas de domingo, deitado no colo do irmão João também foram demais! Com o gol do Caniggia em 90, chorei pela primeira vez por causa de uma partida de futebol. Primeira e última. Da TV, lembro das Sete Faces do Dr. Lao, dos filmes do Super Homem, dos desenhos da Formiga Atômica, os Jetsons, os Defensores da Terra, além do Jaspion, Changeman e Jiraya. A Rede Manchete era show!!!
Minhas brincadeiras eram bem estranhas. Cortava folhas de papel ofício e fazia jogadores com quadradinhos de papel, riscando as colchas de cama desenhando estádios. O mais louco era de onde eu retirava o nome dos jogadores. Enciclopédias geravam escalações. Por exemplo, a seleção alemã tinha Bach, Einstein. Na seleção da URSS (é o novo), um tal de Dostoiévski era o atacante, ao lado de um tal de Gorbachev. Na seleção dos EUA, Abrahm Lincoln, Reagan e Kennedy marcavam os gols na brincadeira de gente anormal.
E os autódromos de Fórmula 1? Havia a colcha de cama desenhada com a pista também. As tampinhas que serviam de bola no colégio, eram os carros super velozes de Ayrton Senna, Alain Prost, Gerard Berger e Nelson Piquet, etc. Bons tempos.
Resumindo, meus primeiros 10 anos foram ótimos.
Durante a semana, falo da minha segunda década. Muita coisa legal aconteceu.