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domingo, 20 de março de 2011

PRISÕES PERPÉTUAS OU PENAS DE MORTE? O QUE É MELHOR?



Escrita em maio de 2010

Ontem, em nosso culto de orientação cristã, enquanto falávamos sobre santidade e os processos de santificação pelo qual o nascido de novo passa em sua caminhada, surgiu uma discussão em minha mente. Alguns de meus pensamentos, tenho o costume de guardar, pelo fato de entender que nem todo mundo está preparado para ouvir o que temos a dizer. Entretanto, esse meu questionamento vazou de meus lábios em pleno sermão doutrinário. Até que ponto alguém que cometeu as maiores atrocidades que um ser humano jamais cometeria, como em casos de homicídios triplamente qualificados, sequestros, estupros e outros crimes onde são constatados regimes de crueldade extrema, pode receber direito à liberdade por bom comportamento, fundamentado na hípótese de que esses criminosos tem um "encontro com Deus" e se tornam "evangélicos"? Se Deus perdoa, será que agimos errado quando desejamos que esses espécimes permaneçam enclausurados para nossa maior segurança?
Refletindo sobre isso, analisemos a seguinte questão. Alguém que tem a coragem, digo a covardia, de pegar uma criança de 5 anos de idade, raptá-la, violentar a inocente e indefesa garotinha, sodomizá-la e depois estrangular e retirar-lhe a vida, impiedosamente, tem condições de ser regenerado e viver como qualquer cidadão?
Ah! Mas você pode afirmar: Deus apaga o passado, pastor! Sim, ele apaga! No que tange às infinitas misericórdias do Senhor, o céu pode ainda ser morada de um assassino contumaz, desde que este se arrependa de seus pecados e se converta, não ao cristianismo religioso, mas ao propósito de vida cristão. Agora me respondam: por que, pelo simples fato de alguém com essas características se afirmar cristão, precisamos orar para que saia da cadeia e viva em liberdade? Eu, sinceramente, desejo o contrário. Desejo que pessoas desse naipe mofem na cadeia, crentes ou não. E a prisão perpétua que os pais das inúmeras vítimas vão ter que enfrentar dia e noite, sem conseguir dormir, sem conseguir comer, sem ter forças para viver?
Estou cansado de ouvir testemunho de ex-traficantes, ex-assassinos, ex-bruxos, ex-estupradores, posando de santos e se auto-intitulando pastores, missionários e conferencistas. Coloco-me no lugar da mãe que vê sua filha morta ao ser jogada de um edifício. Coloco-me no lugar de um pai, que vê seu filho ser arrastado pelo asfalto (que Deus nos proteja) enquanto o carro tomado de assalto é acelerado pelas ruas, não importando o que nem quem está gritando do lado de fora. Grito! Meu grito é de revolta. Enquanto as famílias lamentam perpetuamente a perda do ente querido, aqueles que causaram todo o sofrimento viajam de avião pelo mundo inteiro, contando suas obras. É triste. Por que não prisão perpétua para eles? Ou não seria melhor a pena de morte para os que não tem pena diante da morte?
Que eles precisam de Deus, precisam! E muito! E Deus os ama! É a graça! Favor imerecido! Entretanto, se querem mudar, mudem por trás das grades. Mostrem o evangelho para os outros presos. Preguem para os familiares que os vão visitar. Paguem pelos crimes que cometeram. Colham aquilo que plantaram. No céu, o preço já foi pago pelo sangue de Jesus. Aqui na terra, ainda há sangue clamando por justiça. Que a justiça possa ouvir esse clamor.

Só pela graça,

Pr. João Victor

15 comentários:

  1. É isso mesmo, concordo totalmente!
    Também estou cheio de testemunhos de “ex-tudos” que agora são super santos. Basta!
    A pessoa comete um crime brutal, como esses que você me lembrou, e só porque teve (ou tem) um bom comportamento na prisão vai ser solto, ah ta de brincadeira!
    Prisão Perpétua Já!

    Gostei do desabafo...

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  2. Gostei tb do seu comentário...
    Mas senti sua falta hoje na igreja...
    Apareça!
    PAZ!

    Feliz de te ver por aqui!

    Deus te deu um talento imenso!

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  3. Prezado Pr. Victor:
    Concordo plenamente com seu parecer, corajoso, honestíssimo. Felicito-o por esta postura de legítimo atalaia, que está tão em falta na maioria das igrejas.Inclusive, bem dentro desse assunto de conversões tão convenientes que a mim de forma alguma convencem, deixei o seguinte questionamento no blog do Rev. Darckson Lira:
    - A responsabilidade social do pecador, após a sua conversão, é totalmente assumida por Deus/Cristo?
    O porquê da minha pergunta: - É comum pessoas “aprontarem” a vida toda e depois da conversão “esquecem” ou “entregam a Deus” os danos causados a terceiros, danos estes físicos, morais, patrimoniais etc., alguns – é bem verdade - às vezes totalmente irreparáveis, outros muito dificilmente reparáveis, outros parcialmente irreparáveis e, por fim, uma grande parte parcialmente ou totalmente reparáveis, por exemplo, débitos financeiros.
    Um fato concreto: - Freqüentemente vejo presidiários e ex-presidiários, sendo elogiados por proclamarem sua conversão, mas desconheço um só caso de um deles que tenha dito como Zaqueu: “... e, se nalguma coisa tenho defraudado[ na prática=roubado, se apropriado indevidamente] alguém, restituo quatro vezes mais.” Lc 19:8.
    E o que dizer, em se tratando de crimes de extrema crueldade, hediondos e, ainda por cima, reincidentes?
    Acho que este tipo de debate é extremamente oportuno. Mais uma vez, parabéns!!!!!
    Abração.

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  4. É meu querido mestre! Zaqueus são muito cantados mas pouco vividos...As pessoas querem subir como Zaqueu, mas dificilmente descem como ele.

    Sua participação é sempre uma honra para mim

    Abraço!

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  5. Graça e paz Pr. João Victor!

    Parabéns pela coragem, continue assim. Concordo com você, acredito que todo ser humano merece uma oportunidade para ser regenerado, perdoado, mas todo erro tem a sua consequência. Deus perdoa as atrocidades de um indivíduo verdadeiramente arrependido, mas as consequências dos seus erros Deus não as remove, o indivíduo precisa pagar pelos seus erros. Deus
    por perduar não está eximindo o indíviduo da justiça
    human, porque Ele é justo. Mas uma vez parabéns!!!

    Um grande abraço,
    Pr. Magno

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  6. Suas palavras são sinceras tanto quanto ingênuas. Em se tratando de um pastor. são lamentáveis.

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  7. Feliz com a sua participação, Pr. Magno! Deus é amor, mas tb é justiça!

    Passe sempre por aqui...Vai abrilhantar nosso espaço!

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  8. Quanto ao meu amigo KXORAO, a ingenuidade das crianças é que as fazem ter posse do reino dos céus. Sinceridade deve ser uma característica de todos, independente de posição social, religiosa ou profissional. Sempre transparente, como deve ser o verdadeiro cristão. Sem máscaras! Para uma parte dos pastores de hoje, preocupados com a imagem diante do público, como meros divertidores de bodes, minha opinião pode ser lamentável. Mas quem acredita no evangelho genuíno, a verdade que liberta, acho que não soa tão lamentável assim. Mas respeito as opiniões.

    Feliz com a sua participação,

    Pr. João Victor

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  9. Menino dos olhos de Deus, gostei que vc tenha voltado a postar.
    O visual novo do blog ficou muito bom também.
    Saudades
    Abraço de urso

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  10. Em meu livro A BIBLIA E O BUSHIDO – A IGREJA CRISTÃ EM GUERRA reservo 2 capítulos que expõem meu pensamento sobre o posicionamento do cristão em face a violência: 1) O PAPEL DA IGREJA NO COMBATE À VIOLÊNCIA e 2) UM CAMINHO DO MEIO PARA OS CRISTÃOS.
    Quanto ao ilustre KXORÃO, se é o KXORÃO que conheço, trata-se de uma pessoa de bem, um cidadão e pai de família digno de nosso respeito, e, claro, tem seu direito a opinar de acordo com a sua consciência; mas entendo que ele errou em considerar as palavras do Pr. Victor “lamentáveis” “em se tratando de um pastor”. Acho exatamente o contrário, pois não vejo mais pastores nem padres com coragem suficiente para abordar assuntos semelhantes.
    Reitero meu apoio integral às palavras do Pr. Victor na matéria acima, sem nenhuma resalva, pois vi nelas acima de tudo uma manifestação de justa revolta contra a criminalidade impune, ao mesmo tempo em que se solidariza com as vítimas dos criminosos. Ninguém tem o direito de perdoar por terceiros, ou seja, considerar digno de perdão a um indivíduo que praticou um delito contra outra pessoa; achar que alguém deve perdoar, deve amar um indivíduo que violentou sua vida. Somente à vítima cabe o arbítrio de perdoar ou não. Vejam só: Não conheço uma única pessoa que chegou em casa contando na maior alegria que foi assaltado e espancado por bandidos no caminho da escola ou no caminho do trabalho. Você conhece? Não sei se o Pr. Victor produziu esse manifesto porque já sentiu na própria pele ou teve a infelicidade de ver alguém do seu círculo familiar vítima de uma atrocidade pelas mãos de criminosos. Talvez não; ou mesmo, espero que não tenha acontecido nem nunca venha acontecer. E aí está o fundamento da matéria, como legítimo Pastor, em todo o texto ele proclama seu veemente protesto de solidariedade humana para com as incontáveis vítimas de crimes que somam à sua dor a frustração de ver os delinqüentes livres, à praticarem continuadamente outros crimes, enquanto a vítima permanece muitas vezes para sempre escrava, prisioneira da dor e perda irreparável. Solidariedade... será que para senti-la é necessário vivenciarmos a mesma dor? Não quero perdoar por terceiros; sou solidário a todos que não conseguem conviver com o mal, nem que este mal nunca me atinja, mas fira o meu vizinho. Agora, se as pessoas que estão vendo seus lares serem invadidos, suas honras serem ultrajadas, sua esposa ou seus filhos seqüestrados, abusados sexualmente e mortos, quiserem perdoar os criminosos, fazer o quê? Enfim, se alguém não quiser ser solidário com a vítima, que espere sua própria vez para exercitar sua capacidade de perdoar e amar criminosos.

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  11. Querido mestre...Excelente em tudo!

    A falta de solidariedade nos nossos dias é pungente! Graças a Deus, nunca fui vítima de situações como as citadas em nosso artigo. Todavia, só pq não sofremos a dor, devemos abafar os gritos da compaixão? De maneira nenhuma.
    É como vc mesmo afirma: Se alguém estiver sendo assaltado, é preferível gritar "INCÊNDIO" que pedir por SOCORRO. Talvez, dessa forma, alguém apareça! Pelo contrário, a vítima sempre sofrerá sozinha...É a realidade.

    Grande abraço e mais uma vez honrado por vc estar aqui!

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  12. Concordo em gênero, número e grau com o senhor.
    Já pensou se todos os presidiários se "convertessem" e suas penas fossem reduzidas pelo fato de terem tido um bom comportamento?
    Nós que estamos aqui fora é que precisariamos ser presos. Como você mesmo falou: Os próprios preso "convertidos" eram para exigir que cumprissem sua pena até o fim e pregar para os presos. É uma questão de caráter também, que denuncia a mudança, a verdadeira conversão.

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  13. Prezado,
    Se o sentimento de perdão que esteve e está em Cristo, não estiver no seu coração. Você está indiretamente anulando o Sacrifício de Jesus, pois Ele não veio para os sãos, Ele veio para os doentes, como Ele mesmo disse.
    Não cabe a nós julgar os homens. Nem cabe a nós tentar medir se tal pessoa se arrependeu ou não. Nem cabe a nós julgar se o preço que eles pagaram pelos seus pecados foi justo. Entendamos que Cristo pagou o preço.
    Entendo que os pecados têm tamanho, peso e consequências diferentes. Mas se a morte de Jesus não foi o suficiente para salvar tais homens o que pode ser então.
    Lembre-se: Ao lado de Jesus estava um ladrão, que se arrependeu a poucos minutos e foi salvo.
    Salvação é para todos que se arrependem antes da morte se a pessoa está viva tem direito de se arrepender.
    Se Deus as perdoou nós a condenaremos?
    Se suas palavras e sentimentos estão aflorados dessa forma, poucas coisas estão lhe irritado. Quebranta teu coração, e permita o perdão aquele que não te parece digno.
    O Senhor, Deus de paz seja contigo.
    Amem.

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    1. Querido anônimo...Não estou dizendo que não há possibilidade de perdão. Nunca disse que era errado perdoar e que ninguém devia se arrepender de seus atos. A questão é arcar com as consequencias de nossos erros. O verdadeiro arrependimento é o de Zaqueu, que decide devolver (reparar os erros) tudo o q havia roubado, restituindo 4 vezes mais!
      Pq não fazer o mesmo? Os criminosos hediondos devem ser perdoados sim, mas devem pagar pelos crimes que cometeram...Esse é o arrependimento. Confessar os erros e assumir as responsabilidades por eles...
      Mesmo assim, mesmo discordando de minha visão sobre isso, obrigado por participar querido!
      PAZ!

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