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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Expulsos do Paraíso



Lembrei esta semana com um certo saudosismo da Igreja da década passada. Lembrei dos cultos onde pessoas eram carregadas pois não conseguiam se levantar devido ao poder de Deus. Os louvores, que produziam um êxtase espiritual, deixando a terra pronta para lançar a semente aos corações. Jovens, cuja preocupação era aprender a Palavra, buscar revestimento do Espírito Santo, evangelizar. Os estudos Bíblicos e todas as dúvidas dirimidas, a ansiedade pela próxima aula da Escola Dominical...tempos bons.

Contudo, hoje, vemos um povo diferente. A ansiedade está em ganhar dinheiro, prosperar, namorar, casar, ganhar dinheiro e depois ganhar mais dinheiro. A Bíblia, outrora tão desejada, passou a ser substituída por livros de auto-ajuda ou de ficção (Divinas revelações do céu, do inferno, do purgatório...e por aí vai). Dons espirituais passaram a ser movimentos, cultos de avivamento tornaram-se apenas encontros, louvores transformaram-se em mantras...e por aí vai. Será que foi a geração que mudou ou fomos nós, os que presenciaram o avivamento dos anos 90, que mudamos?

Confesso que muitas coisas nas quais eu acreditava não são mais verdades absolutas para mim. Quando nos dedicamos a estudar, a conhecer de maneira mais profunda o Senhor, deixamos pra trás alguns dogmas e tabus e nos apegamos a um relacionamento mais sólido e menos transcedental. Todavia, temo que alguns, talvez eu mesmo me inclua na lista, tenham perdido um pouco da essência...um pouco do paraíso.

Quando Deus fala para Adão não comer da Árvore do Conhecimento, Ele previa as consequências. Comer o fruto proibido significava ser expluso do Paraíso. Um paraíso onde não há pastores querendo se promover a todo custo ou semi-endeusando-se (perdoe-me o neologismo), onde não há traições ministeriais, nem brigas denominacionais. Um paraíso onde, quando adoramos ao Senhor, voltamos os nossos olhos apenas para Ele, e não para como alguém veste (salvo os absurdos), ou como os outros, digo a sociedade gospel, vão enxergar nossa entrega em adoração. Um paraíso onde pular na presença de Deus vinha acompanhado com lágrimas e não com o suor do extravasar carnal. Quando comemos o fruto, nos tornamos mais seletivos, porém menos disponíveis.

Não quero dizer que comer o fruto faz mal. Faz bem. Deus sabia que comeríamos. Não conseguiríamos não comer. Contudo, o conhecimento deveria ter o efeito oposto. Conhecer a Deus nos tornaria mais próximos a Ele. A intimidade demonstraria nossa pequenez e não nossa exaltação. A verdade liberta se for fundamentada em Cristo. Quando o que prevalece é a nossa verdade somos presos. Prisioneiros do nosso próprio mundo, não alcançamos o Reino. Não alcançando o Reino, aí sim, estamos fora, definitivamente, do Paraíso que Deus tanto nos quer ver habitantes.

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