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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Somos humanos!


Evangelho de João, capítulo 1
19 E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?
20 E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
21 E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.
22 Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?

Muitos vivem em função da opinião dos outros a seu respeito. Dependem de elogios, aplausos, querem ser vistos como espelhos, exemplos. Buscam desesperadamente um lugar ao sol, o palco, microfones e status ministerial. Para isso, é importante, para esses candidatos à fama, o que as pessoas dizem sobre eles.

A responsabilidade é tão grande que muitos lançam sobre os ombros de meros mortais a aterradora idéia de que precisam ser semi-deuses. Super-santos, inerráveis, bocas de Deus na terra, vasos de honra, inquestionáveis, perfeitos. Não importa do que venham lhe chamar. O importante é que o chamem de algo bom.

Cria-se em nosso meio (quando digo nosso, falo do meio evangélico) uma idéia tão errônea de santidade que chega a provocar náuseas. É muita pressão. Presenciei durante anos, jovens, em tenra idade, sendo praticamente "obrigados" a casar por causa de uma relação sexual "ilícita" ou em virtude de uma gravidez não planejada. Muitos desses jovens não tem estrutura alguma para enveredar pelas trilhas do matrimonio. Crianças que, por conveniências religiosas (ou para não se abrasar), veem-se diante de uma situação constrangedora (disciplinas e humilhações) e se casam, saltando várias etapas da vida.

A hipocrisia é tanta que muitos esquecem que somos humanos. Estamos sujeitos a paixões, crises, dores, angústias. A necessidade de mostrar à sociedade evangélica uma conduta inatacável é cruel. Não podemos ser humanos? Não podemos errar? Que espécie de evangelho estamos pregando? O que apedreja? O que julga? O que queima?
Aceitar as falhas é quase impossível num mundo tão perfeito. Homens, quer pastores, líderes ou membros, continuam homens.

Deus não está com um chicote na mão para nos punir. A sociedade sim. E dói. Dói saber que o homem que recebe perdão divino não é digno do perdão humano. Dói saber que nossas falhas serão sempre lembradas e todas nossas virtudes serão esquecidas.
Dói. Dói muito. E dói mais porque fazemos parte disso. Somos acusadores e acusados. Somos quem bate e quem apanha. Estamos no olho do furacão. Ou mudamos nosso modo de enxergar a vida ou passaremos a vida inteira tentando ser o que não somos.

João Batista não queria ser Cristo (embora muitos se achem numa cruz). Ele não queria ser Elias (embora muitos afirmam ter poder para descer fogo do céu e consumir os ímpios). João não queria ser reconhecido como profeta (embora seja uma alcunha almejada por muitos). João queria ser reconhecido como uma voz. Um voz que clama num deserto. Uma voz humana. NÃO SOMOS SERES ESPECIAIS. SOMOS HUMANOS! E ISSO BASTA!

Só pela graça,

João Victor

6 comentários:

  1. Um belo texto... Você falou tudo! Adorei! Paz.

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  2. Que bom que gostou, amigo Bruno. Queria vc mais perto de mim. És uma daquelas mentes férteis que seria maravilhoso ter mais próximo para trocar idéias.
    PAZ!

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  3. Somos apenas seres humanos dotados de inteligência e que temos a honra de espalhar a semente do evangelho. Precisamos aparecer com nossas boas obras para glorificar nosso Deus. Passando disso é querer ser o que na realidade não somos. O santarrão afasta ainda mais pessoas do evangelho. O que se diz cristão e não dá bom testemunho, também. A maior virtude de Deus é o amor; e é isso que devemos pregar, e não apresentar Deus como um carrasco pronto decapitar. Parabéns pelo texto1

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  4. Fiquei revoltado certo dia quando um irmão de nossa igreja veio até mim falar da "crueza" de um outro irmão que, segundo ele, tem pregado apenas teologia nos púlpitos.
    Navalhou o tal irmão de alto a baixo, ainda dizendo que é muito fácil pregar dentro das igrejas, difícil é pregar fora dela.
    Continuou as várias objeções a este tal irmão que tem a minha total admiração.
    E esse "irmãozinho" ainda diz que recebeu o dom da facilidade(risos).
    Daí entendo o por quê de muitos irmãos saírem das igrejas: não porque saem decepcionados à procuram de milagres, do sobrenatural enfim e não atingem os seus objetivos, mas porque os "justificados", os "santificados" cravejam uma estaca inclusive na livre interpretação de que um ou outro tem das Escrituras. Vivemos uma intolerância religiosa até mesmo dentro da mesma religião. Mas afinal somos todos humanos.
    Abaixo à intolerância religiosa!

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  5. Não entendo, meu amigo Jef, onde está o erro em pregar Teologia? O que devemos pregar? Santologia? Pirologia (estudo do fogo)? Misteriologia? É triste a ignorância desse povo, meu amigo! Chega de intolerância! Pode levantar a bandeira! Estarei lá para marchar com vc!

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  6. Belíssimo comentário, querido agsinfronio. Se nós amássemos mais, diminuiria em muito essas terríveis convencionices dogmáticas e viveríamos mais livres!

    Obg por comentar!

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