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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A verdadeira paz existe?


Quando pensamos em paz, algumas imagens vêm à nossa cabeça. Um lago entre as montanhas num dia ensolarado, calmo, com pássaros voando e uma criança sentada com os pés imersos na água. Uma música como a obra prima de Dolores Duran "A noite do meu bem", cuja letra é uma das mais belas poesias já escritas.

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero a "paz de criança dormindo"
Quero a ternura de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem

Enfim, essa imagem de paz se contrasta com alguns Salmos da Bíblia. Textos angustiados, almas em tempestade. Paranóias de perseguição.
Sl.69:1 - "Salva-me oh Deus, pois as águas subiram ao meu pescoço"

Nessa tensão entre o desejo de paz e a angústia, a gente envelhece. Envelhece por dentro. Não tem a ver com a idade. Esse envelhecimento está relacionado com a angústia que a vida gera. A angústia de se sentir atolado, sufocado, pelos problemas e dificuldades. São mães que educam os filhos e hoje se sentem cansadas. São homens que trabalharam a vida inteira, mas nunca conseguiram conquistar nada de positivo. São pastores que se matam pela igreja, mas só vêem cobranças e descompromissos. A realidade é que a vida não é um pic-nic e a roda gira. O drama humano é pesado. Nessa luta diária, como encontrar a paz?

Em primeiro lugar, precisamos perceber quando estamos fadigados. Quando chega a exaustão, é hora de pedir socorro. A partir dessa percepção, tomamos algumas atitudes para trazer a paz de volta ao nosso coração aflito. Precisamos ter bons pensamentos a respeito de Deus. Essa é uma questão importante. O que pensamos sobre Deus? Quem achamos que Ele é? Em que "Deus" você acredita? No Deus carrasco, guerreiro? Distante, frio? General? Imóvel? Deus é manso e humilde de coração. Seu Reino é um convite a uma festa, não a um quartel. Deus nos oferece uma casa, com muitas moradas, não uma hospedaria para fins de semana. Ele é um Deus amigo, não protocolar. Se sente cansado? Existe um Deus com o qual você pode conversar, sem que Ele vá lhe criticar ou bater em você. Ele é carinhoso. Uma alma cansada precisa de carinho. Esse carinho nos traz a paz.

Fala Jesus querido
Fala-me hoje sim
Fala com tua bondade
Fica ao pé de mim

Para conseguir a paz também é importante lembrar que o fardo de Deus é leve. Não precisamos levar pesos desnecessários. Devemos tirar o fardo das costas, tirar a culpa. Não a culpa saudável, que faz brotar o arrependimento e a restauração, mas a culpa patológica, que nos mantém nos "fundos de poços psicológicos". A culpa que nos impede de orar, que produz uma barreira quase intransponível de chegarmos a Ele. A culpa que desenvolve cultos sofríveis, de lamentações, de dores. Nossos cultos devem ser celebrações, onde toda a culpa é perdoada e onde a tristeza salta de alegria.

Deus nos traz paz. A verdadeira paz. Ele nos dá a certeza de que o que dissermos a Ele nunca será compartilhado com ninguém. Ele nos garante sigilo para nossos segredos mais íntimos. Ele demonstra interesse em nossas preocupações, mesmo as mais tolas na perspectiva humana. Ele não nos menospreza. Ele enfrenta conosco as dificuldades, como um irmão mais velho que briga por nós no colégio. Ele não nos julga. Ele acompanha nosso ritmo, às vezes tão apressado, e nos tranquiliza quando compreendemos que o tempo é Dele. Ele não pede nada em troca. Não nos cobra depois. Deus nos traz a paz. A paz que resiste ao fogo, ao vento, à tempestade. A paz que nos protege internamente de toda influência externa. Essa sim, é a verdadeira paz.

Só pela graça,

João Victor  

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