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domingo, 8 de novembro de 2015

Isto é o meu corpo?



Em que estado encontramos o corpo de Cristo? Quantas guerras interdenominacionais temos presenciado? A idolatria pelo "corpo" de Cristo tem minado a fé de muitas pessoas. Valorizam muito mais a placa da igreja local do que a Igreja em si. Por outro lado, há os que não entendem que fazem parte desse corpo e não podem andar sozinhos, independentes. A verdade é que precisamos uns dos outros. Isso é ser corpo.
Entretanto, que significado tem o corpo de Cristo? Em Lucas, Jesus compara seu corpo ao pão. O corpo é pão. O pão é corpo. O corpo é alimento. O pão é alimento. O corpo é a Igreja. A Igreja é o pão. PRECISAMOS DE PÃO, POIS A FOME VEM. Precisamos do corpo porque sentimos fome. Quantas vezes o vazio tenta se apoderar de nós? Falta de pão. Falta de se sentir corpo. Falta de unidade. Quando não nos sentimos um pedaço desse pão, não entendemos o que é corpo.
Passamos a vida inteira reclamando do nosso pão, do corpo. Devemos aprender a AGRADECER PELO PÃO. Por que não damos graças? Por que não agradecer, ao invés de reclamar? Por que não reconhecer o processo pelo qual nosso pão foi fabricado? É necessário entender que o trigo foi semeado, foi regado, foi arado, passou por todos os processos para virar pão, que veio do forno e que deve ser sem fermento. Quantas metáforas. Não precisamos de aditivos para virarmos pão. O corpo de Cristo não precisa de enfeites, grânulos de gergelim ou outros apetrechos para que seja comível. O pão deve ser sem fermento.
Devemos ser pão. Não importa se somos casca ou miolo. Sejamos pão. Agradeçamos ao lugar onde Deus nos colocou para alimentar pessoas.
Contudo, o texto de Lucas diz que Jesus repartiu o pão. O corpo é repartido. Cada um tem sua função, sua razão de estar à mesa. O corpo era de Cristo, mas Ele o repartiu. Os fragmentos se espalharam, sem deixar de ser corpo. O pão foi separado, mas não deixou de ser pão. A questão é essa. Enxergamos apenas a parte de um todo, como cegos tocando um elefante em partes diferentes. Nossas igrejas podem até ter doutrinas diferentes, dogmas diferentes, podem usar roupas diferentes, estilos variados, mas não deixamos de ser do mesmo pão, do mesmo corpo. O PÃO É REPARTIDO, MAS NÃO DEIXA DE SER PÃO.
Além disso, Jesus disse que o corpo nos foi dado. Às vezes, com desprezo, sem entender o processo, sem provar antes, sem nem sequer reconhecer nossa fome, nos perguntamos com um ar arrogante: ISTO É O CORPO? ISTO AÍ? CHEIO DE DEFEITOS? CHEIO DE PESSOAS PROBLEMÁTICAS? Entretanto, algo não podemos negar. O pão que temos nos foi dado por nossa causa, porque precisávamos dele. A Igreja, a comunhão é necessária, é imprescindível. Jesus nos deu a Igreja. Jesus nos deu o seu corpo para que passássemos a ser o seu Corpo. Ao olhar para a Igreja, devemos ver Jesus. Que Jesus estamos exibindo ao mundo? Que Corpo de Cristo temos mostrado? Jesus pergunta hoje: ISTO É O MEU CORPO?
A Igreja é o corpo glorificado de Cristo, vivo. Contudo, passa pela etapa da cruz. Sofre perseguição, é ferida, atacada, mas vence a morte. Essa é a Igreja. Esse é o Corpo.
O que fazemos é EM MEMÓRIA DELE. Como Igreja, nós lembramos Jesus? Nós o homenageamos ou o envergonhamos? Sua memória é preservada quando entendemos a cruz, não ouvimos os gritos da multidão enfurecida e, principalmente, quando perdoamos. Se não soubermos perdoar, nunca seremos Igreja, nem Corpo, nem pão. É isso que queremos?

Só pela graça,

João Victor

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