1º de Abril...Hoje pode mentir!

Vivemos em um mundo onde as aparências contam muito. Se nos vestimos, buscamos reconhecimento ou admiração das pessoas ao nosso redor. Nossas palavras devem ser sempre comedidas, a fim de não ferir a opinião alheia. Ah! Nossas opiniões...tão mutáveis quanto camaleões, disfarçando-se de troncos de árvores para escapar da morte. A pior morte é a morte da nossa personalidade. E isso dá medo.
O medo faz o ser humano mentir. O medo de ser quem verdadeiramente é.
Lembro-me de uma garota pela qual eu me apaixonara na minha adolescência. Para me impressionar, por telefone, certa vez me convidara para um banho de piscina em sua casa. Fiquei realmente entusiasmado com a possibilidade e aceitei de pronto. Passei dias imaginando o momento. Tal foi a surpresa quando, ao visitar uma senhora da igreja, encontro a mesma garota em frente à sua dita casa. Fiquei extremamente triste quando percebi que não haveria possibilidade nenhuma do lugar onde ela morava ter piscina, de tão humilde que era. É válido salientar que o que me entristeceu não foi a falta de um mergulho, mas a falta de coragem dela de ser autêntica. Ela era uma garota simples, de família de pouco poder aquisitivo, querendo se passar por uma menina rica e tentando me conquistar pelo dinheiro. Ela não havia entendido que eu não tinha me apaixonado pela garota da casa com piscina, mas pela sua singeleza e doçura e pelos seus olhos encantadores. Pena, se tivesse sido sincera, talvez pudéssemos ter vivido momentos maravilhosos.
Enfim, tentar ser o que não é deve ser muito complicado. Várias pessoas já me sugeriram mudar meu jeito de ser. Na verdade, eu sou um pastor. Preciso impor respeito. Ter um olhar altivo. Ser autoritário. Ser mais sisudo. Infelizmente, amigos, eu não consigo ser nem mais nem menos do que eu sou.
Gosto muito de me divertir. Dar imensas gargalhadas, rolar no tapete da sala com meu filho, cantar alto até ficar rouco. Não vou me podar para parecer com menos folhas. Quero ser feliz. Quero viver a alegria de ser eu mesmo.
Não adianta posarmos de "supersantos" nos púlpitos e ter uma vida real cheia de obscuridade. Não sou nem nunca serei palhaço para divertir os outros enquanto choro por dentro. Se eu quiser chorar, vou chorar. Se quiser sorrir, vou sorrir. Não desejo quero colocar a cabeça no travesseiro e ficar me perguntando quem eu sou. Quero assumir minha identidade e essa não será secreta.
A verdade pode provocar guerras externas e internas, mas é e sempre será a melhor opção.


Afinal de contas, coelhinho da páscoa, papai noel e super-homem existem...Ops...é 1º de abril!!! Hoje pode mentir? Acho que não. Melhor não!

Ele é o caminho, A VERDADE, e a vida!

Só por Ele,

João Victor