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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ele não está aqui?



Hoje me veio à mente uma canção que fez parte da minha infância. Nela, uma pergunta recebia destaque: Onde, onde está teu Deus? Onde, onde Ele está? Na respectiva música, eu respondia através do refrão, em voz alta, dizendo que "Meu Deus está nos céus e também no meu coração". Ficava evidente pra mim, pela primeira vez, onde eu poderia encontrar Deus. Deus estava no céu e, ao mesmo tempo, em meu coração. Esse foi meu contato inicial com a Onipresença.
Entretanto, os anos passaram. Os cabelos se foram e, junto com os cabelos, algumas certezas. Por mais que eu procure aprender, as dúvidas continuam aumentando. Para alguns questionamentos, tenho a colaboração de amigos e mestres (entre eles e, diria até, o mais presente deles, meu pastor Darckson Lira), os quais promovem a abertura das comportas fechadas da minha mente. Para outras indagações, olho para dentro de mim mesmo em busca das respostas. Todavia, a pergunta que faço agora aos meus queridos botões é, no mínimo, intrigante. Na verdade, onde realmente está Deus? Onde posso encontrar Jesus?
No domingo da ressurreição, as mulheres foram ao sepulcro. Queriam encontrar o corpo de Jesus. Elas não o acharam. Daí recebo de um dos meus preciosos botões a seguinte resposta: Ele não está nos sepulcros!
Não acho Jesus em sermões mortos, sem vida. Não o encontro em algumas mensagens recheadas de clichês e chavões, mais manipuladoras do que qualquer outra coisa. Não está nas músicas vazias, nas vãs repetições de melodias hipnóticas que mexem apenas com o emocional, ao que costumo chamar de mantras gospel, com todo respeito aos mantras. Ele não está nos discursos triunfalistas que prometem campos de força dignos de Jornada nas Estrelas ao redor dos "crentes", os tornando inatingíveis, imbatíveis, super-heróis, sempre campeões. Então começo a me assustar. Vejo que Jesus não está nos palcos de alguns shows ditos evangélicos, nem aliado aos mercadores da fé (merecem umas chicotadas, não é?). Não está em mensageiros de dogmas meramente humanos ou em super-santos, os quais se acham seres superiores, falando de modo esquisito, criando um dialeto próprio (não me refiro ao dom de línguas, mas ao evangeliquês e seus verbetes, como vaso, varão, encosto, etc.) além de substituir o jugo do pecado pelo das suas denominações, açoitando mais do que amando, acusando mais do que ajudando. Sepulcros caiados...Ele não está lá!
Ah, minha infância! Onde, onde está o teu Deus? O Deus das orações com rosto em terra, das lágrimas de alegria, do choro incontido de felicidade. O Deus do amor ao próximo, dos braços abertos, da partilha, da comunhão. O Deus que muda o homem dentro da roupa e não a roupa fora do homem. Onde está esse Deus? Após excessiva procura, descubro que a musiquinha da escolinha dominical estava realmente certa. Ele não está em templos feitos por mãos humanas, por mais belos e suntuosos que sejam. Não está no sepulcro, nem na cruz! Ele está no céu e também no coração dos verdadeiros adoradores! Aí descubro o milagre da Onipresença. O Deus que está no céu, contemplando a tudo e a todos, encontra morada em meu coração, por mais simples que ele seja. Desse modo vejo Jesus, ressurreto, nascer na manjedora do meu ser. Surge em mim uma vontade de bater no peito e dizer: "ELE ESTÁ AQUI"!

Só pela graça,

Pr. João Victor

3 comentários:

  1. Olá amado, voltei não mais para alvoroçar... rsrsrs
    Concordo com quase tudo querido,hoje meditei na seguinte canção: "Quero ser como uma criança, Te amar pelo que és, voltar a inocência e acreditar em Ti, mas as vezes sou levado, dar vontade de crescer, torno-me independente..."
    Essa poesia mostra o que somos,ele me fez repensar se de fato é necessário buscar o que julgo "crescer", por vezes meu caro após ministrar a mensagem do Pai, quer seja a igreja ou individualmente,me desespero e busco a simplicidade,mesmo após um belo -ou não- sermão corro para Ele dependente como uma pura criança,na simplicidade do meu choro,na pureza da minha angústia, ah não abro mão desse consolo por nenhuma teologia,filosofia,dogmas,costumes, podem me questionar, mas não sou super-herói, e sei que essa dependência é que me sustenta!
    Fico feliz por saber que não sou o único!
    Tô contigo companheiro!
    Abraços

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  2. Amado, Anderson!
    Eu também pensei que meus pensamentos estavam escassos! Glória a Deus por vc ainda ser um joelho que não se dobrou aos "Baals".

    Tb to contigo! Tamo junto e misturado! (acho legal essa expressão)

    Abraço, amigo!

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  3. Acho q essa arma esta sendo mui bem utilizada por você, e pelos demais "inconformados"(lembra joão?!)...pois eh sinto em muitas de suas postagens uma nostálgia, saudade as vezes ate revolta...não sei...mas quando leio você me sinto menos só.

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