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quinta-feira, 25 de março de 2010

Até quando?

Ontem, dia 24 de março, estive na cidade de Horizonte. Temos um programa de rádio e sempre as pessoas nos convidam para conhecer esse município. Entretanto, infelizmente, não conheci Horizonte em um passeio ou em um evento. Conheci a cidade em um momento de tristeza e revolta. Um mototaxista, José Osmar, mais conhecido como Zezinho, 46 anos de idade, pai de uma linda criança de 6 meses e esposo da tia da minha esposa, foi brutalmente assassinado na noite de 23 de março. Um legítimo episódio de alguém que está no lugar errado na hora errada.
Um trabalhador, que tirava o sustento de sua família passando horas ininterruptas sobre uma motocicleta, morre, vítima da violência. O passageiro, envolvido com tráfico de drogas, pediu apenas para que Zezinho o deixasse em casa. Zezinho não sabia o que o aguardava. Foi trabalhar. Seria mais uma corrida para comprar o iogurte de sua filha. Belinha, um dos bebês mais lindos que já vi na minha vida, o receberia com um sorriso no rosto. Não o recebeu. Sua esposa o beijaria, como era de costume. Não o beijou. Não por que não tivesse vontade, mas por que o beijo e o sorriso não foram possíveis.
O passageiro, jurado de morte, levara Zezinho para sua última corrida. O tiro que atingiu o passageiro, um jovem de 28 anos, assustou aquele homem, que correu. Correu para se salvar. Pensou na filha. Pensou na esposa. Pensou em Deus. Ele correu. O assassino, sem nenhum tipo de dó ou piedade, desferiu o tiro fatal. Zezinho não deveria estar ali. Mas estava. Não deveria partir. Mas partiu. Em meio ao sofrimento, Zezinho clama. Grita, implora por socorro. A ambulância chega. Leva o bandido. Deixa o inocente. Zezinho ainda falava. Segundo testemunhas, entregou sua vida a Jesus. Foram suas palavras finais. Estava consciente. Queria ver a esposa. Queria abraçar a filha. Apenas se despedir. Não houve tempo. José morre. Mais um José.
Até quando? Até quando veremos sangue inocente sendo derramado? Até quando a impunidade vai prevalecer? Onde está a justiça? Nos últimos dias tenho estado triste. Mais do que triste. Tenho estado revoltado. Não me conformo. Que Deus possa enviar o conforto para a família. Que Deus possa confortar meu coração. Quanto à revolta, peço: Senhor, não me tire o direito da indignação. Quero estar revoltado! Preciso disso!

Só pela graça,

Pr. João Victor

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